quarta-feira, 27 de junho de 2012


Irrrrrc! 

- Charge do Aroeira, via O Dia.

Collor:impeachment de Lugo é legal e Brasil erra (Josias de Souza)



O senador Fernando Collor (PTB-AL) escalou a tribuna do Senado nesta terça (26) para analisar o processo de impeachment que levou à destituição de Fernando Lugo no Paraguai. Considerou que “não houve golpe”. E disse que a diplomacia brasileira reage de forma “açodada” e erra ao criticar a decisão do Legislativo paraguaio.
“Parece que o governo brasileiro foi tomado de surpresa: ou nossa representação não informou a evolução da crise para as autoridades brasileiras ou os centros do poder em Brasília não souberam influenciar no sentido de evitar que a crise se aprofundasse”, disse Collor.
Para o senador, o que houve no Paraguai não pode ser chamado de golpe. Realçou que a Constituição paraguaia prevê o impeachment. Lista entre as causas o “mau desempenho” do presidente. Anota que cabe ao Senado dar a palavra final. E não estipula prazos para a tramitação do processo.
Assim, “a norma foi cumprida”, opinou Collor. “Não há golpe de Estado ou quebra da legalidade.” Em 1992, o orador foi, ele próprio, arrancado da Presidência no Brasil por um processo de impeachment. Nessa ocasião, Collor contestou o rito.
Absteve-se de recordar, mas, para tentar salvar os direitos políticos, ele renunciou ao cargo horas antes do julgamento. E alegou que, como já não era presidente, o Senado teria de interromper o julgamento. Não colou. Os votos foram colhidos e Collor teve de amargar oito anos de banimento do processo eleitoral.
No caso de Lugo, deu-se coisa diferente. Collor recordou que, provocada por Fernando Lugo, a Suprema Corte do Paraguai confirmou a constitucionalidade do processo, legitimando-o. Daí a crítica que faz à reação brasileira.
Sem mencionar o nome de Dilma Rousseff, Collor afirmou que o Brasil ficou “a reboque de iniciativas radicais” adotadas por países como Argentina, Venezuela, Bolívia, Equador e Cuba. Com isso, Brasília perdeu a oportunidade de agir individualmente para tentar atenuar a crise.
O senador soou como se estivesse incomodado com a decisão de suspender o Paraguai do Mercosul e da Unasul. Acha que uma dose de ponderação seria recomendável inclusive porque há brasileiros vivendo no Paraguai. Lembrou que os “brasiguaios”, como são chamados, pedem o reconhecimento da legitimidade de Federico Franco, o vice que assumiu o poder no Paraguai.
“Ainda cabe à diplomacia brasileira uma iniciativa de moderação e bom senso”, arrematou Collor. As palavras do senador injetam sensatez num cenário envenenado pela ideologia. Bom, muito bom, ótimo. Porém, vindo de quem vem, uma observação é inevitável: impeachment no mandato dos outros é refresco.

sábado, 23 de junho de 2012

Líderes latino-americanos censuram processo que tirou Lugo no Paraguai (Postado por Lucas Pinheiro)



Governos de Argentina, Venezuela, Equador, Chile, Bolívia, México e Peru criticaram o processo de impeachment do presidente do Paraguai, Fernando Lugo, e a posse de seu vice, Federico Franco, na Presidência.

A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, afirmou que a situação em Assunção é "inaceitável". "Sem dúvidas, houve um golpe de Estado", disse Cristina.

Em discurso no Palácio de Miraflores, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, disse que seu país "não reconhece a este nulo, ilegal e ilegítimo governo que se instalou em Assunção".

O presidente equatoriano Rafael Correa acredita que foram ignorados procedimentos no processo de destituição de Lugo. "Já chega destas invenções na nossa América, isto não é legítimo, e não acredito que seja legal. O governo do Equador não reconhecerá outro presidente do Paraguai que não seja o senhor Fernando Lugo", criticou.

Evo Morales, presidente da Bolívia, elogiou o trabalho de Lugo no comando do Paraguai. "A Bolívia não reconhecerá um governo que não surja das urnas e do mandato do povo", disse. Segundo ele, Lugo estava acabando com os "grupos de poder" no país, o que "sempre tem um custo".

O chanceler do Chile, Alfredo Moreno, disse que "claramente, isso não cumpriu os padrões mínimos do devido processo e a legítima defesa que merece qualquer pessoa, e é isso que nos preocupa."

Os governos do Peru e do México também se pronunciaram contra o processo.
A Unasul (União de Países Sul-Americanos) havia manifestado apoio a Lugo antes do Senado votar a deposição dele.

Já os EUA pediram "calma e responsabilidade" aos paraguaios, além de "respeito aos princípios democráticos".

O governo brasileiro ainda não se pronunciou oficialmente sobre o caso.

O G1 apurou que a reação da população paraguaia ao impeachment de Lugo será decisiva na decisão do Mercosul e da Unasul sobre a aplicação de sanções ao Paraguai, como a exclusão do país dos blocos regionais. O protocolo do Mercosul prevê a possibilidade de exclusão de país membro que viole princípios democráticos.

Segundo um interlocutor da Presidência, se não houver "clamor popular" contra a destituição de Lugo, o fato indicará que a responsabilidade pela perda de apoio político é do próprio presidente paraguaio. Nessa circunstância, o Mercosul poderá reconhecer o novo governo.

Mas, se houver manifestações contundentes a favor de Lugo, Mercosul e Unasul deverão abrir processo de discussão sobre eventuais sanções ao Paraguai no âmbito dos blocos.

O governo brasileiro está preocupado com o impeachment porque ele poderá representar uma interrupção do processo democrático na América do Sul, anos após o término das ditaduras militares.

Apesar disso, a avaliação é de que a Unasul sai fortalecida, já que tomou de imediato a providência de enviar chanceleres de todos os países do Cone Sul a Assunção, para acompanhar o processo político contra Lugo.

Segundo um ministro, o presidente colombiano, Juan Manuel Santos, e o presidente chileno, Sebastián Piñera, apresentaram resistência em enviar seus chanceleres ao Paraguai, mas foram convencidos a fazê-lo durante reunião na quinta (21) com a presidente Dilma e demais chefes de Estado e representantes de países da América do Sul.

Posse de Federico Franco
Menos de duas horas depois do julgamento político que destituiu o presidente do Paraguai, Fernando Lugo, nesta sexta-feira (22), por “mau desempenho de suas funções”, o vice-presidente Federico Franco assumiu o cargo, que deverá exercer pelos próximos nove meses, até a próxima eleição presidencial.

Franco tomou posse em uma sessão conjunta do Congresso, em meio a aplausos, pouco mais de 90 minutos depois do impeachment de Lugo, que foi encarado como um golpe pelo presidente afastado, por seus partidários e pela comunidade de países sul-americanos.

Após prestar juramento, Franco recebeu a faixa e o bastão presidenciais.
Em seu discurso de posse, Franco fez referência à morte de policiais no confronto armado com sem-terra em Curaguaty, um dos motivos alegados pela oposição para afastar Lugo.

"A melhor maneira de honrar nossos policiais mortos é iniciar verdadeiro desenvolvimento rural sustentável", disse.

“Este compromisso só será possível com a ajuda e colaboração de todos vocês. A única maneira de levar adiante é entendendo que o Paraguai deve ser comandado por liberais e colorados, católicos e não católicos, e integrantes de todos os movimentos sociais", disse.

Franco prometeu conservar e cumprir a Constituição e as leis.
Em entrevista, ele também disse que vai buscar o reconhecimento dos líderes dos países vizinhos.

“Pretendo, com a ajuda de todos vocês, chegar a 15 de agosto de 2013 e andar com a cabeça erguida nas ruas de meu país e entregar a Presidência da República a um novo presidente eleito.”

"Devo ratificar minha vontade irrestrita de respeitar as instituições democráticas, o Estado de direito e os compromissos assumidos pelo governo", disse.

“Não tenho ódio, tampouco remorso. Vamos caminhar juntos, todos os partidos e representações partidárias. Vamos seguir juntos."

"Quero entregar um país organizado, sem mais mortes, com inclusão, participação de todos os setores, com a presença de ricos e pobres", disse.

"Vamos continuar tudo o que foi feito de bom neste período... vamos dar ênfase especial à industrialização", disse.

Franco também afirmou que não pretende adotar um programa de governo, mas dar continuidade ao mandato de Fernando Lugo. Mas ele enfatizou: "o que se fez bem".

Impeachment
O placar pela condenação e pelo impeachment do socialista Lugo foi de 39 senadores contra 4, com 2 abstenções. Eram necessários dois terços dos votos dos senadores para confirmar o afastamento, que foi decidido após cerca de 5 horas de julgamento.

Os quatro senadores que apoiaram a absolvição do mandatário denunciaram o julgamento político como um "atentado à democracia paraguaia".
A notícia do impeachment foi recebida sob protesto por manifestantes que ocupavam a praça em frente ao Congresso e que consideraram que houve, na verdade, um golpe contra o presidente.
Houve confusão e tentativa de invadir o prédio, reprimida pela polícia.

Em discurso, Lugo afirmou que aceita a decisão do Senado. Ele disse considerar que a democracia paraguaia ficou ferida.
Lugo, acusado de "mau desempenho de suas funções" pelo parlamento dominado pela oposição, decidiu não comparecer ao julgamento e apenas enviou sua equipe de cinco advogados para apresentar sua defesa. Eles pediram, em vão, a retirada das condenações, e argumentaram que não houve tempo suficiente para a defesa.

Durante a tarde, chegou-se a anunciar que Lugo marcharia rumo ao Congresso junto com seus ministros, mas isso não se confirmou e ele acompanhou tudo do palácio presidencial, a 200 metros dali.
Ele recebeu a visita da comissão de chanceleres da Unasul (União de Nações Sul-Americanas), que condenou a atitude do Congresso.

Novo presidente não crê em sanções ao Paraguai após impeachment (Postado por Lucas Pinheiro)



O novo presidente do Paraguai, Federico Franco, disse na manhã deste sábado (23) que não acredita que haverá sanções ao seu país após o processo em que ele substituiu Fernando Lugo no poder.

Em entrevista à imprensa internacional, Franco disse que seu chanceler, Félix Fernández, já entrou em contato com seu colega brasileiro, Antonio Patriota, para explicar a situação.

Ele disse que ele próprio ainda não falou com nenhum colega para explicar a situação e admitiu que o rápido processo de impeachment gerou um "impasse" com a comunidade internacional.

Franco reafirmou que não houve golpe, e que o afastamento de Lugo é uma "situação legal", permitida pela lei do país.


Senado paraguaio aprova impeachment de Lugo (Josias de Souza)


Deu-se o esperado. O Senado do Paraguai aprovou nesta sexta (22) o impeachment de Fernando Lugo. O mandato do presidente foi passado na lâmina por 39 votos a 4. Dois senadores ausentaram-se do plenário. Do lado de fora, aguardava pelo resultado uma multidão de camponeses pró-Lugo.
O julgamento político seguiu o ritmo do toque de caixa. Aprovado na véspera pela Câmara –76 votos a 1— o impeachment passou no Senado também com folgas. Para que a guilhotina descesse, eram necessários 30 votos.
Acusado de “mau desempenho” no exercício da Presidência, Lugo absteve-se de comparecer ao Senado. Acompanhou a sessão desde o gabinete presidencial, no Palácio de Governo. Foi representado por um time de cinco advogados.
Dispunham de duas horas para fazer a defesa. Usaram uma hora e 45 minutos. O advogado Adolfo Ferreiro, que comandou o grupo, abriu sua exposição pedindo aos senadores que concedessem “uma prorrogação para a defesa, um prazo razoável”. Algo que atenuasse a atmosfera de linchamento político.
Os Senadores rejeitaram o pedido do advogado. Embora favorável ao impeachment, o senador Carlos Fillizzola, ex-ministro do Interior, também rogou aos colegas que adiassem o veredicto por 72 horas. Argumentou que, oferecendo mais tempo a Lugo, o Senado evitaria danos à imagem internacional do país. Foi ignorado.
Em pronunciamento feito na quinta (21), nas pegadas da decisão da Câmara, Lugo dissera que aceitaria o resultado do julgamento, enfrentando “todas as consequências”. Nesta sexta, o presidente falou à Rádio 10 Argentina. De novo, disse que acatará o resultado. Mas declarou que pretende açular a resistência.
Referiu-se ao processo político nos seguintes termos: “É preciso acatá-lo, é um mecanismo constitucional, mas a partir de outras instâncias organizacionais certamente decidiremos impor uma resistência para que o âmbito democrático e participativo do Paraguai vá se consolidando.”
Considera-se vítima de um golpe? “Não é mais um golpe de Estado contra o presidente, é um golpe parlamentar disfarçado de julgamento legal, que serve de instrumento para um impeachment sem razões válidas que o justifiquem.” Vai à poltrona de presidente o viceFrederico Franco.
- Atualização feita às 20h21 desta sexta (22): consumado o impeachment de Fernando Lugo, o vice Federico Franco já foi empossado como novo presidente do Paraguai. Foi recebido no Senado sob aplausos. Ao discursar, pregou a união nacional. Lugo tambémdiscursou ao despedir-se da Presidência. Disse que “a democracia foi ferida profundamente, de maneira covarde, de maneira aleivosa.”

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Lugo se diz vítima de golpe e recorre contra julgamento (Postado por Lucas Pinheiro)


ASSUNÇÃO - Após se declarar vítima de golpe em entrevista na madrugada de quinta-feira, o presidente Fernando Lugo pediu nesta manhã a suspensão do processo de impeachment até que tenha garantias constitucionais para sua defesa. O dirigente alega inconstitucionalidade do julgamento, aprovado ontem em uma sessão relâmpago na Câmara, e afirma que não vai renunciar apesar de pressões. O ex-bispo estaria reunido nesta manhã com o Partido Colorado, da oposição, para conseguir apoio na votação desta tarde no Senado, quando será decidido seu destino político.

- Mais que uma tentativa, é um golpe de Estado express, porque fizeram o acordo entre a noite e a madrugada - disse Lugo ao canal de televisão venezuelano Telesur. - Inclusive é inconstitucional, porque não respeita o processo correto.
O recurso a favor de Lugo já tinha sido adiantado pelo ministro da Presidência Miguel López Perito, após a reunião com a União das Nações Sul-Americanas (Unasul). O recurso questiona o curto tempo de defesa que será concedio ao presidente nesta tarde e a suposta imparcialidade dos senadores. O ex-bispo terá apenas duas horas para contra argumentar o processo de impeachment. Ontem de noite, López Perito disse que não há dúvidas de que o julgamento no Senado viola a Constituição do país e negou que Lugo esteja pagando para camponeses irem até Assunção apoiá-lo. O advogado do chefe de Estado paraguaio pede 18 dias para preparar a defesa de seu cliente.
Além recorrer, o presidente busca apoio na oposição para evitar seu impeachment. Segundo fontes, Lugo estaria reunido nesta manhã com o Partido Colorado, que tem 15 senadores. Para ser destituído, Lugo precisa de 30 votos. Com a saída do Partido Liberal da coalizão governista, o chefe de Estado só tem o apoio de 3 senadores dos 36 que compõe o Senado.
O presidente é acusado de não exercer suas funções. O estopim teria sido a violenta operação de descupação de uma área próxima à fronteira brasileira, que deixou 17 mortos na semana passada. Lugo alega que os setores mais conservadores da política paraguaia se uniram contra ele por ser serem contrários a mudanças de inclusão social, que estariam sendo promovidas por seu governo.
Clima de tensão no centro da capital
Desde ontem, pessoas de todo país chegam à capital. Segundo jornais locais, já são 2 mil camponeses em Assunção para apoiar o presidente Lugo. O grupo, composto em sua maioria por sem terras, está acampado em uma praça perto do Congresso, que desde quinta-feira está cercado pela polícia. As ruas e o comércio no centro de Assunção estão fechadas, e escolas públicas não estão funcionando. O serviço de transporte público também foi reduzido na capital.
- Estão fazendo uso político da situação e um massacre político contra Lugo. Isto é um complô para tirá-lo da Presidência sem provas - disse Marcos Ibañez, membro do Partido Pekojoja.
A instabilidade política do Paraguai também está movimentando a diplomacia sul-americana. O secretário da Unasul, Alí Rodríguez, disse que a situação política do Paraguai transcende fronteiras e deve ser observada pela comunidade internacional. Rodríguez disse que é preciso estabelecer garantias de defesa para o julgamento de Lugo, entre elas tempo para que presidente formular seu depoimento.
- O que acontecer no Paraguai vai influenciar os países da Unasur - disse Rodríguez.
Uma delegação da Unasul chegou ontem ao Paraguai, em uma missão de emergência liderada pelo chanceler Antonio Patriota. Segundo fontes, o ministro brasileiro teria levado uma mensagem Dilma Rousseff a Assunção, dizendo que o que está acontecendo é inadmissível.
Nesta manhã, representantes da Unasul devem se encontrar com partidos políticos para tentar encontrar uma solução para crise. Lugo não tem maioria no Senado, e a expectativa é que seu impeachment seja aprovado nesta sexta-feira.



A crise no Paraguai e a estabilidade continental 

Jornal do BrasilMauro Santayana 
Toda unanimidade é burra, dizia o filósofo nacional Nelson Rodrigues. Toda unanimidade é suspeita, recomenda a lucidez política. A unanimidade da Câmara dos Deputados do Paraguai, em promover o processo de impeachment contra o presidente Lugo, seria  fenômeno político surpreendente, mas não preocupador se não estivesse relacionado com os últimos fatos no continente.
Na Argentina, a presidente Cristina Kirchner enfrenta uma greve de caminhoneiros, em tudo por tudo semelhante à que, em 1973, iniciou o processo que levaria o presidente Salvador Allende à morte e ao regime nauseabundo de Augusto Pinochet. Hoje, todos nós sabemos de onde partiu o movimento. Não partiu das estradas chilenas, mas das maquinações do Pentágono e da CIA. Uma greve de caminhoneiros paralisa o país, leva à escassez de alimentos e de combustíveis, enfim, ao caos e à anarquia. A História demonstra que as grandes tragédias políticas e militares nascem da ação de provocadores.




O Paraguai, neste momento, faz o papel do jabuti da fábula maranhense de Vitorino Freire. Ele é um bicho sem garras e sem mobilidade das patas que o faça um animal arbóreo. Não dispõe de unhas poderosas, como a preguiça, nem de habilidades acrobáticas, como os macacos. Quando encontrarmos um quelônio na forquilha é porque alguém o colocou ali.
No caso, foram o latifúndio paraguaio — não importa quem disparou as armas — e os interesses norte-americanos. Com o golpe, os ianques pretendem puxar o Paraguai para a costa do Pacífico, incluí-lo no arco que se fecha, de Washington a Santiago, sobre o Brasil.  Repete-se, no Paraguai, o que já conhecemos, com a aliança dos interesses externos com o que de pior há no interior dos países que buscam a igualdade social. Isso ocorreu em 1954, contra Vargas, e, dez anos depois, com o golpe militar.
Não podemos, nem devemos, nos meter nos assuntos internos do Paraguai, mas não podemos admitir que o que ali ocorra venha a perturbar os nossos atos soberanos, entre eles os  compromissos com o Mercosul e com a Unasul. Mais ainda: em consequência de uma decisão estratégica equivocada do regime militar, estamos unidos ao Paraguai pela Hidrelétrica de Itaipu. O lago e a usina, sendo de propriedade binacional, se encontram sob uma soberania compartida, o que nos autoriza e nos obriga a defender sua incolumidade e o seu funcionamento, com todos os recursos de que dispusermos.
Esse é um aspecto do problema. O outro, tão grave quanto esse, é o da miséria, naquele país e em outros, bem como em bolsões no próprio território brasileiro. Lugo pode ter, e tem, todos os defeitos, mas foi eleito pela maioria do povo paraguaio. Como costuma ocorrer na América Latina, o povo concentrou seu interesse na eleição do presidente, enquanto as oligarquias cuidaram de construir um Parlamento reacionário. Assim, ele nunca dispôs de maioria no Congresso, e não conseguiu realizar as reformas prometidas em campanha.
Lugo tem procurado, sem êxito, resolver os graves problemas da desigualdade, da qual se nutriram líderes como Morínigo e ditadores como Stroessner. Por outro lado, o Parlamento está  claramente alinhado aos Estados Unidos — de tal forma que, até agora, não admitiu a entrada da Venezuela no Tratado do Mercosul.
O problema paraguaio é um teste político para a Unasul e o conjunto de nações do continente. As primeiras manifestações  —  entre elas, a da OEA  —  são as de que não devemos admitir golpes de Estado em nossos países. Estamos, a duras penas, construindo sistemas democráticos, de acordo com constituições republicanas, e eleições livres e periódicas.
Não podemos, mais uma vez, interromper esse processo a fim de satisfazer aos interesses geopolíticos dos Estados Unidos, associados à ganância do sistema financeiro internacional e das corporações multinacionais, sob a bandeira do neoliberalismo.
Os incidentes na fronteira do Paraguai com o Brasil, no choque entre a polícia e os camponeses que ocupavam uma fazenda de um dos homens mais ricos do Paraguai, Blas Riquelme, são o resultado da brutal desigualdade social naquele país. Como outros privilegiados paraguaios, ele recebeu terras quase de graça, durante o governo corrupto e ditatorial de Stroessner e de seus sucessores.
Entre os sem-terra paraguaios, que entraram na gleba, estavam antigos moradores na área, que buscavam recuperar seus lotes. Muitos deles pertencem a famílias que ali viviam há mais de cem anos,  e foram desalojados depois da transferência ilegítima da propriedade para o político liberal. E há, ainda, uma ardilosa inversão da verdade.
A ação policial contra os camponeses era, e é, de interesse dos oligarcas da oposição a Lugo, mas eles dela se servem para acusar o presidente de responsável direto pelos incidentes e iniciar o processo de impeachment. É o cinismo dos tartufos, semelhante ao dos moralistasdo Congresso brasileiro, de que é caso exemplar um senador de Goiás.




Quando encerrávamos estas notas, a comissão de chanceleres da Unasul, chefiada pelo brasileiro Antonio Patriota, estava embarcando para Assunção a fim de acompanhar os fatos. Notícias do Paraguai davam conta de que os chanceleres não serão bem recebidos pelos que armaram o golpe parlamentar contra Lugo, e que se apressam para tornar o fato consumado  —  enquanto colunas do povo afluem do interior para Assunção a fim de defenderem o que resta do mandato de Lugo.
Tudo pode ocorrer no Paraguai  —  e o que ali ocorrer nos afeta;  obriga-nos a tomar todas as providências necessárias a fim de preservar a nossa soberania, e assegurar o respeito à democracia republicana no continente.

Tags: caminhoneiros, impeachment, lucidez política, lugo, paraguai, unanimidade

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Após Câmara aprovar processo no Paraguai, Lugo diz que não renuncia (Postado por Lucas Pinheiro)



O presidente do Paraguai, Fernando Lugo, anunciou nesta quinta-feira (21) que não vai renunciar e que vai se submeter ao julgamento político de destituição aprovado pelo Congresso, em consequência de um confronto armado que matou pelo menos 6 policiais e 11 camponeses na sexta-feira passada.

"Este presidente não vai apresentar renúncia ao cargo e se submete com absoluta obediência à Constituição e às leis para enfrentar o julgamento político com todas as suas consequências", afirmou o chefe de Estado em uma mensagem à nação.

Não existe nenhuma causa válida, nem política, nem jurídica, que me faça renunciar a este juramento", acrescentou.

A Câmara paraguaia, controlada pela oposição, aprovou inesperadamente um pedido de julgamento político para destituir  Lugo por "mau desempenho de suas funções", informaram oficialmente fontes parlamentares.

A petição foi aprovada por 73 votos contra 1, após a matança em Curuguaty, a 250 quilômetros a nordeste da capital, Assunção.
Agora, o processo passará ao Senado, que também é controlado pelos adversários de Lugo. Um porta-voz afirmou que o caso será analisado ainda nesta quinta-feira.
Caso seja aprovado, o julgamento do impeachment de Lugo será realizado no Senado
As próximas eleições presidenciais estão marcadas para 23 de abril de 2013, e o mandato de Lugo termina em 15 de agosto daquele ano.
Em caso de renúncia do presidente antes disso, assumirá seu lugar o vice, Federico Franco, líder do Partido Liberal, componente da Aliança Patriótica para a Mudança (APC), a coalizão que venceu as eleições presidenciais de 2008.
Lugo chegou a cancelar a sua vinda ao Brasil para participar da Rio+20 para se dedicar à crise.

O presidente anunciou na quarta-feira a formação de um grupo civil que, com o apoio da OEA, vai investigar o conflito agrário.
Eulalio López, líder sem-terra da Liga Nacional de Camperos, envolvida nos violentos choques com a polícia, pediu que seus partidários se mobilizem para defender o presidente.

O presidente, um ex-bispo da religião católica, eleito há quatro anos com promessas de defender as necessidades dos pobres, tem tido dificuldades para levar sua agenda de reformas.





El Parlamento comienza a tratar el juicio político al presidente Lugo (Posteado por Walter Morel Noguera, desde Asunción)


La Cámara de Diputados comenzó a tratar el juicio político al presidente Fernando Lugo por mal desempeño. Tras la aprobación sobre tablas de la propuesta, comenzaron las argumentaciones.


Inmediatamente después del anuncio del PLRA de apoyar el juicio político -el miércoles lo hizo el Partido Colorado- comenzó a correr la acción. El Partido Patria Querida se unió a la misma iniciativa y en sesión extraordinaria la Cámara Baja trata el tema.
Mientras, en Palacio de Gobierno, Lugo se reúne con los comandantes de las tres armas de la milicia y con su secretario Miguel López Perito. Inicialmente se anunció que aguardaría conocer los argumentos de acusación en su contra, pero a medida que pasan las horas no se descarta una eventual dimisión.
Los diputados argumentan negligencia del presidente al mantener en el Ministerio del Interior a un "inepto" como Carlos Filizzola. También lo acusan de complicidad con los carperos, propiciando el enfrentamiento que dejó 11 campesinos y 6 policías muertos en Campo Morombí.
"Fernando Lugo y sus ministros López Perito y Esperanza Martínez han querido equiparar a los criminales con los policías", dijo en parte de la argumentación el diputado Justo Cárdenas (ANR).
En su argumentación, Cárdenas citó ocho puntos -entre ellos la masacre de Curuguaty- para iniciar el proceso de juicio político al mandatario.
LO QUE DICE LA CONSTITUCIÓN SOBRE EL JUICIO POLÍTICO
ARTICULO 225 - DEL PROCEDIMIENTO
El Presidente de la República, el Vicepresidente, los ministros del Poder Ejecutivo, los ministros de la Corte Suprema de Justicia, el Fiscal General del Estado, el Defensor del Pueblo, el Contralor General de la República, el Subcontralor y los integrantes del Tribunal Superior de Justicia Electoral, sólo podrán ser sometidos a juicio político por mal desempeño de sus funciones, por delitos cometidos en el ejercicio de sus cargos o por delitos comunes.
La acusación será formulada por la Cámara de Diputados, por mayoría de dos tercios. Corresponderá a la Cámara de Senadores, por mayoría absoluta de dos tercios, juzgar en juicio público a los acusados por la Cámara de Diputados y, en caso, declararlos culpables, al sólo efecto de separarlos de sus cargos, En los casos de supuesta comisión de delitos, se pasarán los antecedentes a la justicia ordinaria.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Candia Amarilla decide suspender el espionaje telefónico desde Interior (Posteado por Walter Morel, desde Asunción)


El secretario de Estado revela lo que era un secreto a voces: que en el Ministerio del Interior operaban equipos para escuchar y grabar conversaciones telefónicas ajenas. Dice que le preocupa la legalidad.



Entre las novedades encontradas al asumir su cargo como nuevo ministro del Interior, el ex fiscal general Rubén Candia Amarilla admite que le sorprendió encontrarse con un sofisticado sistema de escuchas y grabación de conversaciones telefónicas ajenas, instalado y operando en el ámbito de la Secretaría del Estado.
"Me incomoda haber encontrado y tener esos equipos de escuchas telefónicas instalados en el ámbito del Ministerio del Interior, porque creo que no es la instancia desde donde deberían operarse", reconoció anoche el ministro, en diálogo con Última Hora.
El dato fue revelado inicialmente ayer, durante una entrevista en el programa Al diablo la siesta, en Radio Primero de Marzo. "Son equipos nuevos para realizar escuchas telefónicas, que se han instalado en el Ministerio del Interior, cuando no son facultades operativas de este Ministerio realizar este tipo de tareas", dijo Candia Amarilla.
ESPIONAJE. El secretario de Estado dijo desconocer si los equipos se utilizaron o no para realizar espionaje político a favor del Gobierno, durante la administración de su antecesor, Carlos Filizzola.
"Estamos tratando de certificar los orígenes y la propiedad de cada uno de esos equipos. Entendemos que en principio todo está dentro del rigor de lo que disponen habitualmente en sedes jurisdiccionales, en que las escuchas telefónicas se realizan con órdenes emanadas de un juez, pero todo depende del operador del sistema", explicó el ministro.
No quiso entrar en detalles sobre la características de los equipos, si se utilizan tanto para grabar conversaciones por teléfono de línea baja, como también de teléfonos celulares.
"Son equipos de buena tecnología, que están disponibles en el mercado especializado de la seguridad. Mientras estuve al frente de la Fiscalía siempre hemos solicitado adquirir equipos de esta índole, pero nunca los pudimos tener", refirió.
SUSPENSIÓN. Por el momento, los equipos de espionaje telefónico no se encuentran operando, como presumiblemente estuvieron funcionando durante la administración anterior de Filizzola, mientras se realiza un estudio a fondo acerca de la situación.
"Sobre el Ministerio del Interior existe una imagen instalada, que no debería reforzarse con exponerse a situaciones como esta. Sería preferible que estos equipos se utilicen en otros ámbitos, con las garantías de que se realicen con el debido soporte legal. Estudiaremos si no es mejor traspasarlos a otra institución", planteó Candia Amarilla.
Dijo que no se encuentra en condiciones de sostener que se hayan realizado escuchas y grabaciones ilegales de conversaciones telefónicas ajenas desde el Ministerio del Interior, pero que sería preferible que dichos equipos estén en otra parte.
"No queremos que el Ministerio del Interior sea un jefe de policía guasu (grande) para la ciudadanía. Queremos recuperar la institucionalidad y el respeto, contribuir con un manejo transparente en este delicado momento de la vida nacional", enfatizó Candia Amarilla.
FILIZZOLA NO RESPONDE.. El anterior ministro del Interior, Carlos Filizzola, no respondió a los insistentes requerimientos de Última Hora sobre la denuncia de su sucesor.
Desde que fue destituido, tras los trágicos sucesos de Curuguaty, Filizzola desapareció de la escena política y no accede a entrevistas periodísticas.

terça-feira, 19 de junho de 2012

Fiscala que investigaba masacre de Curuguaty se aparta del caso por amenazas de muerte (Posteado por Walter Morel Noguera, desde Asunción)


La fiscala Ninfa Aguilar que se encontraba a cargo de la investigación de la masacre ocurrida el viernes pasado en Curuguaty, decidió este martes apartarse del caso porque recibió varias amenazas de muerte y ya no tiene garantías para seguir trabajando, aseguró.



Según un informe de la Monumental 1080 AM, la agente del Ministerio Público indicó que Curuguaty está sitiada y que lo ocurrido en la estancia Morombi, es solo el inicio de varias ocupaciones que se darán en el lugar y que de acuerdo a las amenazas que recibió, ella podría ser el próximo blanco en cualquiera de las manifestaciones campesinas.
La fiscala, que ya no se acercó a la fiscalía de Curuguaty este martes, ya cuenta con custodia policial y espera que el fiscal general del Estado decida a qué lugar va a trasladarla.
Señaló que no se trata tanto de temor sino más bien de falta de garantías y que en esas condiciones, ella no puede seguir ejerciendo ya que tiene muchos hijos que la necesitan.
Un nuevo equipo fiscal se conformó en el lugar, encabezado por la agente Juliana Giménez Portillo de Ciudad del Este, quien ya se encuentra en la ciudad de Curuguaty.

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Protocolo de desalojo queda sin efecto, anuncia ministro del Interior (Posteado por Walter Morel Noguera, desde Asunción)


El Ministerio del Interior dejó sin efecto el protocolo de procedimientos para desalojos, indicó este lunes en Palacio de Gobierno el ministro Rubén Candia Amarilla, tras reunirse con el presidente Fernando Lugo.


"Para el Ministerio del Interior ha quedado sin efecto", indicó escueto el secretario de Estado ante consultas de la prensa, al referirse a la normativa que había surgido bajo la administración de su antecesor Carlos Filizzola, destituido por el Ejecutivo tras la matanza en Curuguaty donde murieron provisoriamente 11 campesinos y 7 policías.
Candia expresó que existe la suficiente razonabilidad de la ley como para estar reglamentándola e indicó que dejó en claro esta situación al mandatario.

domingo, 17 de junho de 2012

Dos policías se despidieron de sus familiares antes de morir (Posteado por Walter Morel Noguera, desde Asunción)


"Felicidades papá", dice la inscripción de una bufanda negra que el comisario Erven Lovera recibió de regalo de una de sus hijas y que iba lucir este domingo junto a su familia.




Por Wilson Ferreira / Ciudad del Este
"Él se estaba preparando para viajar el domingo (a Asunción donde reside con su familia)", comenta el comisario (también boina negra) José Almada, camarada del agente fallecido e instructor del Grupo Especial de Operaciones (GEO), quien aseguró que el viernes le toco vivir uno de los peores días en sus 27 años de carrera policial.
Almada relata que la bufanda estaba sobre el uniforme de Lovera, tendida sobre una silla en su despacho, junto a una foto de su esposa y sus hijas.
"Nos comentó sobre este regalo, que ahora lo encontramos acá al abrir la puerta de su despacho", señala al mencionar que se trata de una escena muy emotiva y dolorosa para toda la familia policial del Alto Paraná y en particular para las filas el GEO.
PREMONICIÓN. "Este regalo lo recibió creo que el miércoles de una de sus hijas, quien le dijo 'felicidades papá'. Antes de irse, el jueves de tarde, lo dejó ahí diciendo que a su vuelta iba a lucirlo este domingo, para compartir con sus hijas", relata.
"Me consta que antes de entrar en acción llamó a su esposa y a sus hijas, y de cada una se despidió expresando el gran amor que les tenía. A sus hijas les dijo que se cuiden, que obedezcan a la mamá y que el domingo (por hoy) iría para estar jugando con ellas como siempre. Quizás era una premonición, que es una capacidad innata e inconsciente que tenemos los humanos de saber que nuestro fin se está acercando", señaló el uniformado.
DESPEDIDA. El uniformado Wilson Cantero, uno de los abatidos el viernes luego de recibir un disparo a la altura del estómago, lado derecho, minutos antes de perder la vida tomó su teléfono y se despidió de sus esposa y su madre, recuerda el comisario Almada, quien también estuvo el viernes en la Colonia Yvyrá Pytá, Curuguaty.
"El caso de Cantero fue también muy atípico y demuestra la bravura del comando", menciona, al relatar que al recibir un impacto mortal y al caer al suelo, tomó el celular y llamó a sus familiares.
"A su esposa le pidió que orara por él: 'rezá por mí, amor', le dijo en guaraní. Le señaló que estaba muy mal herido y que no iba a salvarse. Le pidió que cuidara de sus hijos (La mujer dará a luz en dos semanas). Cortó enseguida y la misma cosa hizo con su madre. No es fácil, todavía llovían los disparos, heridos aquí y allá, gritos de dolor y él reportándose con sus seres queridos, despidiéndose a 300 kilómetros de su casa y en cumplimiento de un mandamiento judicial", rememora entre lágrimas el oficial el triste suceso ocurrido el viernes, que enluta a la Policía.


sábado, 16 de junho de 2012

Enfrentamiento en Curuguaty: Cifras oficiales arrojan 15 fallecidos 9 detenidos y alrededor de 20 heridos (Posteado por Walter Morel Noguera, desde Asunción)


Hasta el momento son 15 en total los fallecidos que engrosan la lista oficial de fallecidos en el enfrentamiento ocurrido en Curuguaty. Según el último informe fueron 6 los agentes policiales caídos y 9 campesinos. El médico forense Pablo Lemir presume que se trató de una emboscada.




POLICÍAS INTERNADOS


El último reporte de la Policía Nacional detalla que son 7 los agentes internados:
Alcibiades Benítez (19) Hospital Rigoberto Caballero
Nelson Zaracho (27) por traumatismo maxilar en el Centro de Emergencias Médicas
Antonio Gaona (29) Emergencias Médicas
Miguel Paredes (52) Hospital San Sebastián
Francisco José Morínigo (27) Rigoberto Caballero
Mariano Ojeda (22) Hospital 10 de Marzo, Coronel Oviedo
Inocencio González (31) Hospital 10 de Marzo, Coronel Oviedo

POLICÍAS FALLECIDOS


1. Sub. Crio. Maap. Even Lovera Ortiz
2. Of. Insp. Osvaldo Sánchez
3.Subofic. Insp. Jorge ALfirio Rojas Ferreira
4. Subofic. Insp. Os. Wilson David cantero González
5. Subofic. 2º Juan Gabriel Godoy Martínez
6. Subofic. 2º Derlis Ramón Benítez

CAMPESINOS FALLECIDOS


Según los informes más recientes una gran cantidad de campesinos fueron trasladados hasta la morgue, todos sin identificación, además todos estos los fallecidos quedaron en Curuguaty.
Hasta el momento los únicos identificados son Arnaldo Ruiz Díaz, Adelino Espínola y Rubén Villalba, este último habló con radio Fe y Alegría momentos antes de su muerte.
El médico forense Pablo Lemir en comunicación con la 1080 Monumental AM señaló que todos los cuerpos de los 6 policías abatidos presentan disparos de larga distancia, por lo tanto no descarta que haya sido una emboscada.
También acotó que esta madrugada se espera la llegada de 10 cuerpos más para ser identificados.
La lista de heridos llega a la suma de 20, la mayoría se encuentra internada en el hospital distrital de Curuguaty, Santaní y en el Hospital Policial Rigoberto Caballero de Asunción.



sexta-feira, 15 de junho de 2012

Alegre y Filizzola presentan proyecto político (Posteado por Walter Morel Noguera, desde Asunción)


La dupla conformada por Efraín Alegre y Rafael Filizzola presentó este jueves su proyecto político con miras al 2013. Hablaron de incluir a todos los sectores políticos.



El lanzamiento fue en el salón Joäo Avelange de la Conmebol, en Luque. Asistieron cerca de 3.000 personas.
Estuvieron presentes, la diputada Desirée Masi, el gobernador de Central Carlos Amarilla, el ganadero Fidel Zavala, entre otros.
Alegre dijo que no se aleja de su partido (PLRA) a pesar de todo y que busca una concertación con todos los sectores políticos incluidos socialistas y colorados.
Según Zavala, la dupla tiene muy buena capacidad de gestión.
Tanto Alegre como Filizzola fueron ministros (Obras Públicas e Interior) de Fernando Lugo y este jueves arrancan la carrera presidencialista.
Alegre sostiene que bajo ninguna circunstancia dejará el liberalismo.
"Creemos en una concertación y en una propuesta para ganar en el 2013. Tiene mucha receptividad y estamos muy entusiasmados", indicó.



quinta-feira, 14 de junho de 2012

Comisiones de Diputados dictaminan por la suspensión del desbloqueo (Posteado por Walter Morel Noguera, desde Asunción)


Todo apunta a que la Cámara Baja también aplazará la aplicación del desbloqueo hasta el 2015. Asuntos Constitucionales y Legislación dictaminaron ayer, por mayoría, por la suspensión de la normativa.




Es casi un hecho que en la Cámara de Diputados la Ley 4.584/12 del desbloqueo de listas será suspendida hasta las elecciones municipales del 2015. Las comisiones de Asuntos Constitucionales y de Legislación ayer dictaminaron en mayoría a favor de la iniciativa del Senado.
Ahora no se descarta que en la sesión de hoy pueda ser tratado el polémico punto sobre tablas. La ley es considerada por varios sectores como inviable por las dificultades técnicas que se presentan e incluso mencionan que podría poner en riesgo el resultado de las elecciones. El mismo Fernando Lugo considera que será de difícil aplicación.
La idea de postergar la ley nació de la propia Cámara Baja, tras la visita del asesor de la Justicia Electoral, Carlos María Ljubetic, el pasado 23 de mayo, cuando los líderes de las bancadas: del Unace, Gustavo Mussi; del franquismo, Emilia Alfaro; y del cartismo, Luis Gneiting, coincidieron en la necesidad de postergar su aplicación. Allí reconocieron que sancionaron la ley por presión ciudadana.
FIRMANTES. En la Comisión de Asuntos Constitucionales firmaron a favor de la postergación de la ley de desbloqueo: Óscar Tuma (ANR), Carlos Liseras (ANR), Jorge Ávalos Mariño (PLRA) y César Garcete Molinari (PLRA).
Mientras que el diputado Sebastián Acha (PPQ), en un solitario dictamen, firmó por el rechazo de la suspensión y a favor de las modificaciones para lograr el desbloqueo total de las listas.
En la Comisión de Legis- lación, con dictámenes parecidos, firmaron a favor de la suspensión de la Ley: Ávalos (PLRA) y en contra de la suspensión Acha (PPQ). Los demás diputados pidieron firmar luego el dictamen, una vez que cuenten con las modificaciones que pretende introducir el PPQ al proyecto de ley planteado por el oviedista Abel Guastella.
DISCURSOS. Los diputados tampoco demuestran mucha voluntad para aprobar las modificaciones al proyecto de suspensión de la ley de desbloqueo. Gneiting entiende que con el desbloqueo total solo las personas con mucho recurso económico podrán candidatarse o personas que sean conocidas, como periodistas, futbolistas o modelos.
Declara que al PPQ le beneficia el desbloqueo porque no pasan por internas y tienen gente instruida que sabrá votar.
DISPARIDAD
En la bancada de Honor Colorado de la Cámara de Diputados existe disparidad de criterios en cuanto a la vigencia de la Ley 4.584/12 para las internas de los partidos y las elecciones generales.
Por un lado, el diputado Cándido Aguilera se mantiene en su postura y afirma que rechazará la postergación de la ley para el 2015. Esto, a pesar de la directiva de su líder, Horacio Cartes, quien menciona que la ley pone en peligro la institucionalidad de los partidos políticos.
Para Aguilera es perfectamente aplicable y menciona que muchos de sus colegas están atornillados a sus sillas, razón por la que no quieren perder ese privilegio. Desconoce que el presidente Fernando Lugo esté presionado por estos parlamentarios.


quarta-feira, 13 de junho de 2012

Asesinan a un hincha olimpista en Fernando de la Mora (Posteado por Walter Morel Noguera, desde Asunción)


Un joven hincha olimpista fue asesinado de un balazo en la cabeza en Zona Sur de Fernando de la Mora. La Policía detuvo a un cerrista sindicado como el presunto autor del mortal disparo.




El fallecido está identificado como Juan Ignacio Ñumbay Méndez, de 18 años, quien acusó un tiro de proyectil de arma de fuego en la cabeza y murió camino a Emergencias Médicas, informó el comisario principal Marcial Cabrera, jefe de la Comisaría 11ª de Arroyo Seco.
El crimen se produjo cerca de las 16.00 en Boquerón y Paz del Chaco, barrio Cerrito, Zona Sur de Fernando de la Mora. El joven se estaba yendo al Estadio Defensores del Chaco para ver jugar a su club.
Según el jefe policial, Ñumbay Méndez fue emboscado a pocas cuadras de su casa por unos seis jóvenes que bajaron de una camioneta Kía Sorento, blanca, y que uno de ellos le disparó a quemarropa.
Según testigos, los que interceptaron al joven cerca de su casa son hinchas cerristas.
Tras el homicidio, la Policía inició una búsqueda por la zona y detuvo a un tal Juanjo, quien surge como el principal sospechoso. Pero también están detrás de un tal Capola y otro conocido como Campesino'i, quienes serían barrabrava de Cerro Porteño, según la Policía.
El caso fue comunicado a la Fiscalía.

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Benigna y Hortensia harán hoy ADN a sus hijos para probar lazos con Lugo (Posteado por Walter Morel, desde Asunción)


Las dos mujeres que reclaman la paternidad al exobispo no están dispuestas a rendirse. Irán a un laboratorio para intentar demostrar que sus descendientes en realidad son hermanos de padre.



Hortensia Morán y Benigna Leguizamón tratarán de demostrar con una prueba de ADN que sus hijos son en realidad hermanos de padre. Ambas reconocen que los resultados de dicha prueba no tendrá ningún valor legal sino que servirán para demostrar a la opinión pública que no están mintiendo.
Hortensia logró en el 2010 que el primer mandatario se someta a tres pruebas de ADN con su hijo mediante una resolución judicial, pero las tres salieron negativas, en tanto que Benigna no logró hasta hoy que el presidente Lugo se someta a dicho análisis genético con su hijo de diez años.
Ayer, ninguna de las dos supuestas ex mujeres del ex obispo de San Pedro quiso revelar el laboratorio ni la hora en la que realizarán el examen por temor a represalias del Gobierno, pero informaron que los análisis estarán a cargo de la doctora Marta Oviedo.
Hortensia dijo que hace tiempo que Benigna ya le propuso hacer esta prueba. "Lo que no quería es que sea otra burla más, pero ahora creo que se dan las condiciones", señaló.
No obstante, dijo que sea cual fuere el resultado ella recurrirá a instancias internacionales y aclaró que aun no hay una sentencia definitiva sobre su caso porque ella planteó una acción de inconstitucionalidad ante la Corte Suprema de Justicia que todavía no fue respondida.
Leguizamón acotó que ella llamó a Hortensia después de que un doctor en Curitiba, Brasil, le haya dicho que el ADN del primer mandatario pudo haber sido modificado con la quimioterapia al que estaba siendo sometido en el momento en el que se extrajo la sangre.
Señaló que si el examen de hoy sale negativo ella no puede descartar de que sea por manipulaciones. "Yo no puedo confiar en la gente de mi país que se presta para cualquier cosa. Para asegurarme, si vuelve a salir negativo, voy a llevar la prueba para que se pueda dar en otro país", expresó.
Agregó que irá esta mañana al Poder Judicial con su abogado a las siete y media para pedir que la Corte le notifique de la acción de inconstitucionalidad presentada por el primer mandatario para evitar hacerse la prueba de ADN con su hijo.
El presidente Lugo reconoció hasta ahora a dos hijos, uno de diez años con Narciza Delacruz, y otro de cuatro años, con Viviana Carrillo.

terça-feira, 5 de junho de 2012

Delegación paraguaya de Parlasur exige resarcimiento por venta de energía a Argentina (Posteado por Walter Morel Noguera, desde Asunción)


La delegación paraguaya del Parlamento del Mercosur (Parlasur) exige al Gobierno que reclame a Argentina el resarcimiento por la venta de energía de Acaray, que nuestro país vende a menor precio de mercado.



El presidente de la delegación paraguaya del Parlasur, Alfonso González Núñez, calificó de exiguo el reajuste tarifario sobre la energía que la represa de Acaray suministra a Argentina.
Según menciona, Paraguay pretende implementar desde junio una tarifa baja alegando el principio de "solidaridad" con el vecino país.
González sostiene que debe fijarse el precio de acuerdo con la ley de la oferta y la demanda, como lo hace la propia Argentina, quien vende energía a Uruguay a precio de mercado.
Mediante un manifiesto, González explica que "los aumentos dispuestos oscilan entre USD 135 a USD 180 (en horas de menor consumo), y de $ 165 a $ 210 (en horario de mayor consumo) el mega watt/hora, siendo la cotización actual en plaza de $450 el MW/H. De acuerdo con los datos técnicos, Argentina exporta energía a Uruguay a una tarifa de USD 430 y al Brasil a USD 457. El exiguo ajuste del 30 por ciento, tal cual se puede apreciar, ni tan siquiera linda con el 50 por ciento del importe con que se negocia la energía en la zona".
"En montos estimativos, de USD 14 millones que la ANDE percibe anualmente, desde la fecha anunciada embolsará USD 20 millones, un módico incremento de USD 6 millones, renunciando inexplicablemente a alrededor de USD 14 millones, lo que hubiese sumado un total general de USD 34 millones por año, si el reajuste fuere del 100 por ciento, en atención a los números que se manejan en libre competencia", agrega.