Combater a pobreza será desafio de novo presidente do Paraguai
23/04/2008 - 14h56
ASSUNÇÃO (Reuters) - O presidente eleito do Paraguai, Fernando Lugo, disse nesta quarta-feira que o combate à pobreza será um dos principais desafios de seu governo, que em quatro meses assumirá a administração de uma das economias mais pobres da região.
Lugo foi eleito com aproximadamente 40 por cento dos votos nas eleições presidenciais de domingo, segundo os últimos dados oficiais, em uma votação histórica que colocou fim a 61 anos do governo de centro-direita do Partido Colorado.
Lugo, um ex-bispo católico, comandará uma economia que cresceu 6,4 por cento em 2007 graças a um aumento das exportações agropecuárias, mas com quase 40 por cento da população vivendo na pobreza.
"Um dos grandes temas e desafios é a geração de empregos e oportunidades para a maioria dos cidadãos", disse Lugo em uma conferência de imprensa em seu terceiro dia como presidente eleito.
No início de sua campanha, Lugo se declarou "o defensor dos pobres", com os quais conviveu durante mais de uma década quando bispo do Departamento de San Pedro, uma das regiões mais relegadas do Paraguai.
"Aqui não se dá oportunidade para muita gente, especialmente para o jovens", ressaltou.
"O Estado paraguaio é responsável pelo bem-estar de todos e não poupará esforços, meios e dinheiro para que esta pobreza crescente em nosso país seja reduzida", assegurou.
Durante o governo do presidente Nicanor Duarte Frutos, o número de pessoas vivendo na pobreza extrema aumentou, os preços dispararam e milhares de paraguaios deixaram o país em busca de empregos, principalmente na Espanha.
O desemprego no Paraguai alcança cerca de 11 por cento da população economicamente ativa, mas aproximadamente um quarto destas pessoas têm empregos informais.
Quando era candidato, Lugo se reuniu com paraguaios residentes na Argentina, Estados Unidos e Espanha, além de ter recebido um forte apoio eleitoral de Buenos Aires. Ele disse nesta quarta-feira que também dirigirá seu governo aos emigrantes.
"Isto não significa que 16 de agosto possam voltar os mais de 100.000 paraguaios que vivem na Espanha e nem os 500.000 que vivem na Argentina", disse.
(Reportagem de Mariel Cristaldo)
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