sábado, 19 de abril de 2008

General Lino Oviedo: da prisão para a disputa das eleições paraguaias

Internacional

19/04/2008 - 09h50

ASSUNÇÃO, 19 Abr 2008 (AFP) - De réu preso em uma prisão militar, condenado por tentativa de golpe e outros processos penais, Lino Oviedo se tornou um dos candidatos à Presidência do Paraguai da oposição que surgiu no cenário político paraguaio para competir nas eleições gerais de domingo.

O ex-chefe do Exército, de 64 anos, de origens camponesas, foi o homem que pessoalmente levou à rendição o ex ditador Alfredo Stroessner em 1989 e provocou a queda de seu regime de 35 anos de poder autoritário.

O respeito que obteve por esse fato o marcou como um homem temível que impulsionou sua carreira meteórica de coronel chefe do Exército, até chegar a candidato a presidente pelo Partido Colorado governista nas eleições de 1998.

Nessas eleições aparecia como líder das pesquisas, mas dois meses antes da votação, seu adversário político, o então presidente Juan Carlos Wasmosy (1993/98) o acusou de tentativa de golpe em 1996, o que causou sua condenação a 10 anos de prisão por uma corte marcial.

A partir de então, o atual candidato pelo Partido União Nacional dos Cidadãos Éticos (Unace), uma dissidência do Partido Colorado desde 2003, alternou sua vida entre a prisão, o poder e o exílio.

Com Oviedo preso e sob o lema "Cubas no governo, Oviedo no poder", Raúl Cubas, seu companheiro político venceu as eleições de 1998 com 54% dos votos.

Cubas liberou seu mentor político ao assumir o poder, mas Oviedo foi enviado novamente para a prisão no dia 24 de março de 1999, um dia depois da morte do vice-presidente Luis María Argaña em um atentado.

No dia 28 de março de 1999, Cubas foi derrubado e acusado ao lado de Oviedo pela morte de Argaña e de sete manifestantes anti-governistas.

Ambos se refugiaram no Brasil e na Argentina, respectivamente, onde receberam asilo político.

Em 9 de dezembro de 1999, dois dias antes da chegada à Presidência de Fernando de la Rúa, que prometeu expulsar Oviedo da Argentina durante sua campanha eleitoral, o líder da Unace fugiu desse país e reapareceu em junho de 2000 em Foz do Iguaçu, onde foi capturado pela Polícia brasileira.

O Supremo Tribunal do Brasil rejeitou um pedido de extradição do Paraguai e o liberou 18 meses depois após classificar seu caso de "perseguição política disfarçada".

No dia 29 de junho de 2004 retornou voluntariamente ao Paraguai e foi detido no aeroporto. No dia 6 de setembro de 2007 foi libertado da prisão depois que uma corte militar ressaltou que Oviedo foi vítima de perseguição política.

A Suprema Corte de Justiça do Paraguai declarou que Oviedo está habilitado para competir como candidato presidencial nas eleições de domingo.

UOL

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