Lula e Lugo se reúnem para discutir Itaipu; valor pago pelo Brasil pode triplicar
da Efe, em Assunção
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva analisará amanhã com o chefe de Estado paraguaio, Fernando Lugo, a oferta brasileira de aumentar os lucros que o país vizinho recebe com a hidroelétrica de Itaipu.
Lugo e Lula, que participaram hoje em Assunção da Cúpula do Mercosul, tentarão chegar a um acordo após quase um ano de negociações.
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A cópia da proposta brasileira foi entregue ao presidente do Paraguai na quinta-feira e, desde então, os negociadores tentam chegar a um acordo, que pode ser anunciado ainda amanhã.
Embora os detalhes do documento não tenham sido divulgados, o chanceler paraguaio, Héctor Lacognata, o qualificou de positivo.
Informações da imprensa paraguaia apontam que o Brasil permitiria ao Paraguai comercializar livremente, de maneira gradual, com distribuidores brasileiros a parte da energia de Itaipu que não utiliza.
O tratado da represa prevê que cada país tem direito a 50% da energia produzida e que a eletricidade não utilizada deve ser vendida ao sócio a preço de custo.
O Paraguai abastece quase todas suas necessidades com 5% da eletricidade e vende o resto à Eletrobrás, mas exige liberdade para comercializar essa energia até com outros países e a preços de mercado.
Lugo fez alusão hoje em coletiva de imprensa após a Cúpula do Mercosul a notícias que indicam que o Brasil também ofereceu aumentar de US$ 120 para US$ 360 milhões a compensação anual recebida pelo Paraguai pela concessão da energia que não utiliza.
"Os números não estão fechados" e "há derivações jurídicas" da proposta que os técnicos paraguaios continuam analisando, expressou o presidente.
O presidente de Itaipu no Brasil, Jorge Samek, explicou à Agência Efe nesta quinta-feira que a proposta feita por seu país terá que ser previamente submetida à aprovação do Congresso.
Segundo ele, a forma gradual como o Paraguai poderá vender sua energia a clientes brasileiros diferentes da estatal Eletrobrás ainda demorará porque terá que ser objeto de negociações técnicas e ratificada pelo Congresso brasileiro.
A renegociação do Tratado de Itaipu, que segundo o Brasil não pode ser modificado até sua data de vencimento, em 2023, foi uma das principais bandeiras na campanha eleitoral que levou Lugo ao poder no Paraguai.
Lula e Lugo discutiram pela última vez suas diferenças em maio passado, durante uma visita do presidente do Paraguai a Brasília que terminou sem nenhum acordo.
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