Bolívia e Paraguai assinam acordo sobre fronteira
da France Presse, em Buenos Aires
Os presidentes da Bolívia, Evo Morales, e do Paraguai, Fernando Lugo, assinaram nesta segunda-feira, em Buenos Aires, um acordo que fixa os limites fronteiriços entre os dois países. A disputa pela rica região do Chaco já causou uma guerra que deixou mais de 100.000 mortos na década de 30.
Morales e Lugo assinaram o memorando final elaborado pela Comissão Demarcadora de Limites de Bolívia e Paraguai, cuja missão foi concluída em 2007, em uma cerimônia solene na Casa Rosada, sede do governo argentino. O documento foi entregue aos mandatários pela presidente da Argentina, Cristina Kirchner.
Lugo, Morales e Kirchner destacaram em seus discursos a atual unidade e paz entre os países sul-americanos e que a origem do conflito entre Paraguai e Bolívia foi o interesse estrangeiro nos recursos energéticos da região.
Morales afirmou que "as guerras [na região] vêm de fora, promovidas pelas multinacionais, por grupos oligárquicos que disputam nossos recursos naturais".
Lugo destacou que é preciso consolidar a paz regional para que "nunca mais os interesses externos" desequilibrem a América do Sul.
Kirchner advertiu que os interesses das poderosas companhias estrangeiras ainda ameaçam a paz: "A guerra entre Paraguai e Bolívia não foi uma exceção. Teve cheiro de petróleo, como tantas guerras do passado e de agora também".
A Guerra do Chaco (1932-1935), entre Bolívia e Paraguai, foi uma disputa em torno do Chaco Boreal, rico em hidrocarbonetos, tendo de um lado a americana Standard Oil e do outro a anglo-holandesa Royal Dutch Shell.
O Tratado de Paz, Amizade e Limites foi assinado em 1938 entre Paraguai e Bolívia para estabelecer a criação de uma comissão mista para definir a linha divisória entre os dois países.
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