Delegado diz que Paraguai serve como "escritório" de traficantes brasileiros
"As grandes agremiações criminosas viram que teriam de ter representantes dentro do país produtor ou pelo menos no território onde trafegam as drogas e as armas, que é o caso do Paraguai", afirmou Santos.
Segundo o delegado, "eles estão se organizando para eliminar os intermediários e comandar toda a parte do tráfico no atacado", deixando de ser "simples consumidores, compradores e distribuidores dessa droga no Brasil" para se tornarem "os donos do mercado".
Ele considera que o Paraguai é um "campo muito fértil" para os grupos criminosos, já que as características geográficas do país dificultam os esforços do Governo de Assunção para combater o crime.
"Se eu sou criminoso e procuro um lugar para trabalhar, vou para um lugar com pouca polícia, onde minha chance de ficar preso é pequena, que eu tenha grande mobilidade e esteja perto do meu mercado consumidor. É o Paraguai", disse.
Ele afirmou que "o Paraguai tem a intenção de combater" esse crime, "só que as características geográficas facilitam" a vida dos traficantes.
"Eles adotaram o Paraguai como um dos melhores locais para instalação de seus escritórios. Aqui há facilidade e corrupção policial como em qualquer lugar", revelou.
Santos defendeu um acordo de cooperação formal para facilitar o trâmite de informações, desburocratizar e manter contato direto.
Além disso, ressaltou que os cortes orçamentários do Governo brasileiro prejudicaram o combate ao crime na fronteira.
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